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Banco vai indenizar gerente que sofreu sequestro dentro de casa

Por entender que o sequestro sofrido por um gerente de banco quando chegava em casa aconteceu em razão do cargo que ele ocupava, a 2ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a instituição financeira a pagar indenização.

Família do gerente permaneceu refém até o dinheiro do cofre do banco ser entregue aos bandidos

Na ação, o homem relatou que sofreu o sequestro em agosto de 2013 quando chegava em sua casa. Ele, sua mulher e sua filha foram mantidos reféns sob a mira de arma de fogo, sofrendo ameaças verbais durante toda a madrugada.

No dia seguinte, os sequestradores levaram os familiares do bancário para outro local para garantir que ele e a gerente-geral da agência iriam obedecer às instruções para efetuar a retirada do dinheiro do cofre do banco. Com a entrega do dinheiro, o empregado e os familiares foram abandonados numa rodovia no município vizinho.

Após o episódio, o bancário foi diagnosticado com estresse
pós-traumático e depressão e teve de se afastar do trabalho por 14 dias.
Terminado o período do atestado, voltou a trabalhar normalmente, mas
foi demitido seis meses depois.

Na ação, o gerente pediu
indenização pelos danos psicológicos e morais sofridos. Em sua defesa, o
banco sustentou que a ação dos bandidos não havia ocorrido no interior
da agência e não tinha relação com o fato de o empregado estar portando
dinheiro fora da agência por ordem da chefia imediata.

A sentença condenou o banco a pagar R$ 800 mil ao gerente, porém o Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região (SE) afastou a condenação. Para o TRT, apesar do inevitável abalo emocional sofrido pelo empregado, a culpa do banco não foi comprovada, pois o sequestro ocorreu após o fim do expediente, quando estava sob a tutela do Estado, responsável pela segurança pública.

A responsabilidade objetiva do banco, contudo, foi reconhecida no
TST. Relator, o ministro José Roberto Pimenta afirmou que a
jurisprudência do TST vem adotando o entendimento de que a atividade
bancária se enquadra perfeitamente como atividade de risco, de forma a
atrair a aplicação da responsabilidade objetiva da instituição bancária.
“O sequestro ocorreu em razão da função exercida pelo gerente, que
permitia acesso a valores depositados no cofre da agência, criando uma
situação de risco”, afirmou.

Ainda de acordo com o ministro,
embora a ausência de segurança pública resulte em risco para o exercício
de qualquer profissão, é inegável que os profissionais que desenvolvem
atividades bancárias estão mais expostos a assaltos e sequestros.

Por unanimidade, a Turma reconheceu a responsabilidade objetiva do Bradesco e determinou o retorno dos autos ao TRT para a análise do valor da indenização por danos morais. Com informações da assessoria de imprensa do TST.

Fonte: ConJur

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