Cônjuge que autoriza o outro a ser avalista não deve ser citado em execução
Um homem que entrou em um negócio como avalista e foi cobrado por falta de pagamento tentou escapar da cobrança alegando que sua mulher não foi citada como litisconsorte, mas a estratégia não deu certo. Como sua cônjuge limitou-se a autorizar a participação do marido na operação financeira, a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu que ela não pode ser considerada avalista e, por isso, negou o recurso que pretendia obter a anulação da ação de execução.
Quando as cédulas de crédito da qual ele era avalista não foram pagas, o homem sofreu a ação de execução proposta pela credora, uma instituição bancária. Ele, então, apresentou exceção de pré-executividade com a alegação de que é casado em comunhão universal de bens e que, por isso, sua esposa deveria ter sido citada como litisconsorte como isso não ocorreu, ele pleiteou a decretação da nulidade da execução.
O caso foi julgado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que não
deu ganho de causa ao impetrante. A alegação foi que o título de crédito
tem natureza pessoal e que, portanto, só pode ser atribuído ao
avalista. Como a esposa assinou o documento da operação financeira
apenas para dar seu consentimento ao marido para participar do negócio,
ela não pode ser considerada avalista, segundo o TJ-MG.
O homem, então, recorreu ao STJ, mas a corte confirmou a decisão tomada pelo tribunal de segunda instância.
"Tal
como bem observou a corte local, não há de se falar em litisconsórcio
necessário porque o cônjuge do avalista não é avalista ou tampouco
praticou ato visando à garantia", argumentou a relatora do recurso, a
ministra Isabel Gallotti.
Segundo ela, mesmo que a esposa fosse
considerada avalista, isso não seria motivo para provocar o encerramento
da ação de execução.
"Não seria o caso de extinção do feito, como pretende o recorrente, mas de mero retorno dos autos à origem para emenda à inicial, o que não é o caso", explicou a ministra. Com informações da assessoria de imprensa do STJ.
Fonte: ConJur