Decisão que cassa mandato eletivo deve ser executada imediatamente
A jurisprudência tanto do Tribunal Superior Eleitoral quanto do Supremo Tribunal Federal é clara no sentido de que decisões que determinem cassação de mandato eletivo devem ser executadas imediatamente após a sua publicação, independentemente do trânsito em julgado.
Com esse entendimento, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, negou pedido de liminar para suspender decisão que determinou eleições suplementares em Bela Vista do Maranhão (MA), marcadas para domingo (12/1).
O prefeito afastado, Orias de Oliveira Mendes, alega que a punição é desproporcional e que, de acordo com a jurisprudência firmada pelo Supremo na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5.525, é necessário o esgotamento de todas as instâncias recursais (trânsito em julgado) para a execução da decisão de perda de mandato.
Segundo ele, as eleições suplementares ameaçam a segurança jurídica
do município, com a eventual e desnecessária modificação na gestão da
prefeitura local, e pode representar gasto público desnecessário.
Ao
negar o pedido o ministro Dias Toffoli observou que, ao contrário do
que alega o ex-prefeito, na ADI 5.525 o tribunal decidiu que a
necessidade de aguardar a decisão definitiva para a realização das novas
eleições é incompatível com a Constituição Federal, por representar
afronta ao princípio democrático e à soberania popular.
O
presidente do STF observou ainda que não ficou demonstrada a
plausibilidade do direito alegado pelo ex-prefeito, diante da
confirmação da cassação em todas instâncias da Justiça Eleitoral. Em
relação ao gasto de recursos públicos, salientou que o eventual custo
elevado de uma eleição suplementar não pode ser obstáculo ao cumprimento
de decisão judicial confirmada por unanimidade em todas instâncias nas
quais tramitou.
O prefeito Orias de Oliveira Mendes, e a
vice-prefeita foram afastados por abuso de poder político referente à
contratação de servidores em período vedado pela legislação eleitoral.
A perda dos mandatos, decretada na primeira instância da Justiça Eleitoral, foi confirmada, por unanimidade, pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) e pelo Tribunal Superior Eleitoral, onde está pendente apenas a análise de embargos de declaração. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.
Fonte: Conjur