Gestante admitida por contrato de experiência obtém estabilidade provisória
A 7ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho reconheceu o direito à estabilidade provisória de uma atendente demitida durante o contrato de experiência quando estava grávida. Segundo a turma, a estabilidade é perfeitamente aplicável ao contrato por prazo determinado, porque não visa apenas à proteção da mãe, mas também à do bebê.
A trabalhadora foi admitida em abril de 2015 e dispensada pouco mais de um mês depois. O juízo da 1ª Vara do Trabalho de Mauá (SP) reconheceu o direito à estabilidade ao constatar que, ao ser contratada, ela já estava grávida, de acordo com o exame apresentado por ela.
O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), no entanto, entendeu que o contrato de experiência é um contrato por prazo determinado, com termo certo para findar. Para o TRT-2, não houve dispensa arbitrária ou sem justa causa, mas resolução do contrato ao termo final.
Proteção
O relator do recurso de revista da atendente, ministro Cláudio Brandão,
afirmou que a estabilidade provisória da gestante é garantia
constitucional a direitos fundamentais da mãe e do nascituro,
especialmente em relação à proteção da empregada contra a dispensa
arbitra "com vistas a proteger a vida que nela se forma com dignidade
desde a concepção".
Segundo o relator, a lei ( artigo 10, inciso
II, alínea "b", do Ato das disposições Constitucionais Transitórias)
exige, para o reconhecimento do direito, apenas a confirmação da
gravidez. "Não há necessidade de outros requisitos, como a prévia ou a
imediata comunicação da gravidez ao empregador ou o conhecimento da
própria empregada a respeito do seu estado gravídico quando da extinção
do vínculo", assinalou. "Dessa forma, a responsabilidade do empregador é
objetiva, tendo em vista o dever social que a pessoa jurídica tem no
direcionamento da concretização dos seus fins sociais."
O relator destacou ainda que, atento à necessidade de assegurar a aplicação dos direitos fundamentais, o TST entende que é garantida a estabilidade provisória da gestante quando a admissão ocorrer mediante contrato por prazo determinado. A decisão foi unânime. Com informações da assessoria de imprensa do TST.
Fonte: ConJur