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STJ homologa sentença arbitral que condenou jogador por romper contrato

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça homologou sentença do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS/CAS), localizado na Suíça, que condenou o jogador José Élber Pimentel da Silva a pagar R$ 137 mil a um empresário pela ruptura de contrato de representação firmado entre eles. Élber joga atualmente pelo Esporte Clube Bahia.

Élber terá que pagar R$ 137 mil a ex-empresário

O contrato previa que o empresário representaria o jogador, de forma exclusiva, na negociação de qualquer acordo ou assunto relacionado à sua profissão de atleta do futebol. Pelos serviços prestados, o agente deveria receber 10% do valor bruto pago ao jogador em razão dos contratos negociados com sua participação.

Segundo o empresário, o contrato teria validade até 2013; entretanto, em 2012, o jogador teria assinado outro contrato de representação com uma empresa de agenciamento esportivo. Por isso, o empresário instaurou procedimento arbitral no TAS/CAS, conforme previsto no contrato firmado entre as partes.

Após a sentença condenatória do tribunal arbitral suíço, os
representantes do empresário tentaram notificar formalmente o jogador
para o cumprimento da obrigação, porém sem sucesso. Em consequência, foi
submetido ao STJ o pedido de homologação da decisão estrangeira.

Em contestação, a defesa do jogador alegou que não seria cabível a aplicação da Convenção de Haia ao caso, por ser a sentença arbitral um documento particular oriundo de instituição que não integra o sistema judiciário suíço necessitando, portanto, da autenticação consular.

O relator do pedido de homologação, ministro Napoleão Nunes Maia Filho, apontou que, de acordo com a Convenção sobre a Eliminação da Exigência de Legalização de Documentos Públicos Estrangeiros promulgada no Brasil por meio do Decreto 8.660/2016, os atos notariais são considerados documentos públicos e, como tal, têm dispensada a formalidade de autenticação pelos agentes diplomáticos ou consulares, sendo suficiente para tal finalidade a aposição de apostila, emitida pela autoridade competente do Estado no qual o documento é originado como aconteceu nos autos em discussão.

Segundo o ministro, como já
decidido pela Corte Especial, o conceito de documento público para fins
de aplicação da Convenção de Haia deve ser interpretado de maneira
abrangente, "o que assegura o reconhecimento da autenticidade, de
maneira simplificada, a um maior número possível de documentos, sendo o
apostilamento meio hábil para a comprovação da autenticidade de
assinatura, selo ou carimbo oficiais do Estado de origem apostos no
documento legal estrangeiro".

Ao homologar a sentença arbitral, Napoleão Nunes Maia Filho também considerou que a decisão suíça não ofende a soberania nacional, a dignidade da pessoa humana ou a ordem pública brasileira, e foi proferida por autoridade competente, eleita no contrato de representação. Com informações da assessoria de imprensa do STJ.

Fonte: Conjur

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